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Este capítulo descreve a instalação, configuração, criação de contas e controle de acesso ao servidor pop3. Este capítulo é baseado no servidor qpopper da Qualcomm.
É o servidor para recebimento de mensagens eletrônicas (e-mails) para o cliente
de e-mails. O servidor pop3 documentado é o qpopper (da
Qualcomm), é um dos mais usados em ambiente Linux, simples
de configurar e distribuído livremente. O que este programa faz é ler os
e-mails de usuários em /var/mail
e os envia via porta 110
ao programa cliente (Netscape, sylpheed,
mutt, balsa, Pegasus,
Outlook, ou qualquer outro que suporte o protocolo pop3).
É assumido que esteja usando a versão 4.0.3 do qpopper. As explicações contidas aqui podem funcionar para versões posteriores, mas é recomendável que leia a documentação sobre modificações no programa (changelog) em busca de mudanças que alterem o sentido das explicações fornecidas aqui.
O site do qpopper é http://www.eudora.com/qpopper/,
anúncios de novas versões, bugs e correções são enviados para
<qpopper-announce@rohan.qualcomm.com>
(inscreva-se enviando uma
mensagem com o assunto "subscribe" para o nome da lista acrescentando
"-request"). A lista de suporte aos usuários é
<qpopper@lists.pensive.org>
(o método de inscrição é idêntico a
lista announce
).
Simples de configurar.
Possui um timeout padrão de 30 segundos ao invés de 10 minutos do protocolo pop3 padrão.
O protocolo pop3 é mais simples e consome menos recursos no servidor que o IMAP.
Suporte a envio de boletins aos usuários do sistema.
Inclui suporte a TLS/SSL.
Suporte a senhas ocultas (shadow passwords).
Suporta PAM.
Suporte a autenticação via APOP.
Alta performance.
Pacote: .
Utilitários:
in.qpopper
- Servidor pop3.
popauth
- Manipula os bancos de dados de autorização
quando é usado o método de autenticação APOP.
Arquivos de configuração:
/etc/popper.allow
- Contém a lista de usuários autorizados
a usar o serviço pop3.
/etc/popper.deny
- Contém uma lista de usuários NÃO
autorizados a usar o serviço pop3.
/etc/pop.auth
- Contém dados de autenticação criados pelo
programa popauth.
O servidor qpopper requer no mínimo 6MB de memória para rodar e espaço em disco suficiente para acomodar os e-mails de usuários.
Mensagens sobre a execução do qpopper são enviadas aos
seguintes arquivos em /var/log
:
mail.info
- Detalhes sobre autenticação de usuários e
mensagens.
mail.warn
- Erros e avisos diversos ocorridos na seção
pop3.
syslog
e daemon.log
- Mensagens sobre
a execução do servidor qpopper.
auth.log
- Mensagens de autenticação gerados pelo PAM.
apt-get install qpopper
Por padrão o servidor qpopper é instalado via inetd:
pop-3 stream tcp nowait.60 root /usr/sbin/tcpd /usr/sbin/in.qpopper -s
Se estiver configurando um servidor pop3 com um grande número de conexões, é
recomendável aumentar o número de execuções do serviço pop3 por minuto (no
inetd.conf
) ou rodar o servidor qpopper
como daemon (preferido). Para fazer isto, remova a linha que inicia o
qpopper no inetd.conf
e construa um
script que inicie o serviço como daemon usando a opção -S
(veja outras opções em “Opções de linha de comando”).
O serviço é executado por padrão via inetd e utiliza o controle de acesso
tcpd (veja “O mecanismo de controle de acessos tcpd”). Adicionalmente
você pode definir que usuários terão/não acesso ao serviço pop3 nos arquivos
/etc/popper.allow
e popper.deny
. Por
padrão, o acesso é garantido para qualquer usuário.
Após instalar o servidor pop3 instalado, resta configurar o cliente para
conectar ao servidor pop3 do servidor. O nome de usuário e senha são os usados
no arquivo /etc/passwd
.
Um simples teste consiste em usar o telnet conectando a
porta pop3 (110): telnet 127.0.0.1 110
:
Connected to 127.0.0.1. Escape character is '^]'. +OK Qpopper (version 4.0.3) at server.org starting. [2122.11132222@server.org]
A resposta acima indica que o servidor pop3 está funcionando corretamente.
Opções de linha de comando do servidor in.qpopper:
Quando está operando em modo daemon (iniciado com -S),
espera por conexões no endereço e opcionalmente na
porta especificada. O endereço deverá ser o da interface
de rede local do servidor (como 192.168.1.1
) caso não seja
especificado, o servidor qpopper monitorará todos os
endereços. A porta padrão é 110 caso não seja especificada.
Ativa o sistema de envio de boletins. O diretório especificado é o que contém
os boletins que serão enviados (na distribuição Debian, o
/var/spool/popbull
é o indicado). Veja “Enviando boletins de mensagens” para instruções de utilização deste recurso.
Modifica a senha para caracteres minúsculos antes de autenticar, permitindo que clientes conectem com a senha em MAIÚSCULAS ou caracteres mIsTurados.
Especifica um arquivo de configuração para o servidor qpopper. Veja a página de manual para detalhes sobre as opções. Recomendo usar as opções de linha de comando exceto se for requerida configurações especiais para modificar o comportamento do servidor pop3.
Modifica as opções de criptografia TLS/SSL usada no transporta da seção. Os seguintes valores são aceitos:
0
- Desativa TLS/SSL. É o padrão.
1
- Ativa o suporte a TLS/SSL. Se o cliente não suportar
criptografia, os dados serão transmitidos usando a forma padrão.
2
- Tenta ativar uma conexão TLS quando o cliente conecta ao
servidor usando uma porta alternativa.
Seleciona como a senha em texto plano será manipulada. O servidor deverá estar compilado com suporte a outras formas de autenticação (como APOP) ao invés de texto plano. As seguintes opções são suportadas.
0
- Senhas em texto plano podem ser usadas para usuários não
cadastrados no arquivo /etc/pop.auth
(gerenciado pelo
popauth. Este é o padrão.
1
- Somente permite acesso de usuários cadastrados no
arquivo /etc/pop.auth
. Qualquer acesso usando texto plano
é negado.
2
- Permite autenticação usando texto plano como
preferência, até mesmo para usuários que estejam no
/etc/pop.auth
). É útil para clientes que não suportam
autenticação usando texto plano.
3
- Somente usuários conectando da mesma máquina (127.0.0.1)
podem usar autenticação em texto plano.
4
- Permite autenticação usando texto plano somente se uma
conexão criptográfica foi estabelecida usando TLS ou SSL.
Desativa a resolução reversa de endereços IP de clientes.
Registra dados de inicio da seção, nome de usuário, número de bytes/mensagens apagadas, número de mensagens deixadas no servidor e fim da seção. Estes detalhes são registrados pelo syslogd. Seu uso é recomendável para ter controle sobre o que está acontecendo em seu servidor.
Ativa o modo daemon. Útil para servidores pop3 com grande número de acessos.
Tempo máximo em segundos para finalização da seção quando o cliente não envia nenhuma resposta ou comando. Valores pequenos (como 20) podem ser especificados para servidores que possuem poucos usuários e um link rápido. Para grande quantidade de usuários ou conexão feita via links lentos (como ppp, slip, plip, etc.) use valores como 600 (10 minutos) ou mais. O valor padrão é 120 segundos (2 minutos).
Lê o arquivo ~/.qpopper.options
no diretório do usuário em
busca de opções adicionais para o servidor. Este arquivo é lido após o
processo de autenticação e deve ter permissões leitura/gravação para o dono.
Isto não é recomendável em servidores seguros, a criptografia ou método de
autenticação podem ser desativados sem o conhecimento do administrador
comprometendo a segurança dos dados.
Idêntica a opção acima, mas o arquivo deve residir no diretório de spool
(/var/spool/pop
) e ter o formato:
.usuario.qpopper-options
Este arquivo deve ter como dono o administrador ou dono do servidor pop3. Esta alternativa é mais segura que a anterior porque o usuário não terá acesso ou desativar opções específicas.
Permite modificar o nível facilidade que as mensagens são registradas no syslogd (veja ???).
Este recurso é muito útil para enviar alertas ou avisos para todos os usuários
em seu sistema de uma só vez. A mensagem é escrita no diretório
/var/spool/popbull
seguindo um formato especial e quando o
usuário pop3 se conecta para pegar seus e-mails receberá também uma cópia do
boletim. O controle de boletins já recebido pelo usuário é feito no arquivo
~/.popbull
. Siga os passos a seguir para configurar este
sistema:
Ative o suporte a envio de boletins no servidor qpopper, adicionando a opção
-b /var/spool/popbull
a linha de comando.
Os números de boletins são controlados seqüencialmente pelos arquivos
~/.popbull
, portanto é importante começar com o nome do
boletim com pelo menos 5 dígitos (00001, 00002, 00003, etc). Vamos usar
00001-teste
em nosso exemplo.
A primeira linha do boletim deve conter a palavra "From" e um espaço e deve ser completada com um nome e data, seguido de campos essenciais para o envio da mensagem:
From teste Sex Set 29 21:40:00 2001 To: user@localhost From: Administrador do Sistema <root@localhost> Date: Fri, 29 Sep 2001 21:40:00 -0800 (PST) Subject: Teste do sistema de boletins Este é apenas um teste para o sistema de boletins. Se tudo estiver OK você receberá esta mensagem quando pegar seus e-mails no cliente pop3 e este boletim será registrado no arquivo ~/.popbull para que não seja novamente recebido.
Deve haver uma linha em branco para separar o cabeçalho da mensagem.
OBS: Quando incluir novos usuários no sistema, somente os últimos 10 boletins serão enviados.
Crie o diretório de spool /var/mail
em uma partição
separada e ative o sistema de quota do Linux nela. Leia as
instruções em “Limitando o uso de espaço em disco (quotas)”.
O controle de acesso de conexões é feito via método tcpd
usando o daemon in.qpopper (veja “O mecanismo de controle de acessos tcpd”). O controle de acesso dos usuários é feito através
do arquivos /etc/popper.allow
e
/etc/popper.deny
, respectivamente contém os nomes de
usuários que podem e não podem ter acesso ao servidor
qpopper. Por motivos de segurança é recomendável
redirecionar os e-mails do usuário root
para outra conta (no
arquivo /etc/aliases
e bloquear o acesso do usuário root
ao pop3 no arquivo /etc/popper.deny
.
Se a máquina servidora pop3 não for utilizada para acesso remoto, é recomendável desativar os serviços de login (veja “Desabilitando serviços de shell para usuários”).
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